Eu queria deixar registrada a nossa historia, como você me pediu em casamento hoje, eu quero lembrar sempre com os mínimos detalhes quando nos perguntarem como nos conhecemos, bom, era uma sexta-feira, eu estava com uma amiga no Starbucks, eu lembro que fazia muito frio naquele dia, estava bem cheio, era um dos únicos lugares que estavam quentinhos e todo mundo queria tomar um cappuccino fervendo, de preferencia. Era hora do almoço e nos não estávamos com fome, então aproveitamos que ficava perto do escritório onde agente fazia estagio de jornalismo e fomos.
Enfim, entramos e sentamos numa mesa, fizemos nosso pedido, e começamos a olhar em volta, e logo captamos os meninos mais bonitos, como toda garota, nenhum me agradou tanto, até eu olhar pro canto, um lugar quase despercebido, se eu não fosse jornalista e tivesse a mania de prestar atenção em todos detalhes nem perceberia, mas o que importa é que tinha um garoto lá que realmente me chamou a atenção, ele era lindo, o único que parecia valer a pena naquele lugar, ele estava tomando seu café e fazendo alguma coisa no celular, eu não duvidava que estivesse mandando mensagem pra namorada, era difícil encontrar um desses solteiro, o fato é que eu não conseguia parar de olhar, mas infelizmente ele me viu e eu tive que desviar, morri de vergonha, então não olhei mais, mentira, eu olhei mais uma vez rapidinho e ele estava sorrindo vendo alguma coisa no celular, um belo sorriso, se querem saber.
Depois disso eu só vi ele saindo apressado do café, e cinco minutos depois, uma garçonete veio sorrindo até nós, entregou um guardanapo pra mim, e ainda sorrindo, disse: "Aquele moço que estava sentado no canto mandou te entregar isso!" E ficou me encarando, querendo ver minha reação, como se ela estivesse assistindo um filme de romance por dentro dele. E parecia um filme mesmo, por que no guardanapo estava fofamente escrito
" Oi, desculpa por não ter tido coragem de ir falar com você hoje, acho que você nem me notou, mas eu te achei muito bonita, se você quiser me ligar, meu telefone esta aqui", eu mal tinha acabado de ler e a garçonete disse: "Você vai né? Diz que vai! Ele era tão fofo!"
Eu só sei que chegando em casa eu não conseguia parar de pensar no cara sem nome, decidi que ia mandar uma mensagem amanha, pra não parecer que eu estou desesperada.
Eu ficava tentando lembrar de como ele era, por exemplo a cor dos olhos, eu não tinha prestado muita atenção mas estava torcendo pra serem verdes, adoro olhos verdes.
No dia seguinte enviei a mensagem, e como eu não conseguia me conter, mais cedo do que eu imaginava, "Oi, não sei se você lembra de mim, sou a menina do café" ele me respondeu quase no minuto seguinte, perguntou meu nome, eu perguntei o dele, começamos a conversar e marcamos de sair, no mesmo café, no dia seguinte. Ele me pareceu muito simpático nas mensagens, então eu pensei: Por que não?
Quando cheguei no Starbuks ele já estava lá, dessa vez numa mesa bem mais visível, cheguei e o cumprimentei com um beijo na bochecha, afinal eu não tinha passado meu perfume mais caro a toa. Ele parecia bem tímido e fofo no começo, mas depois foi se soltando, e acabamos conversando sobre tanta coisa que parecia que ia faltar assunto, mas não faltou, na verdade um assunto foi atropelando o outro, e não conseguimos terminar nenhum, a nossa conversa estava tão boa que não me surpreenderia que alguém parasse na nossa frente pra assistir, deviam tirar o programa da Fátima Bernardes e colocar uma conversa nossa no lugar, estávamos super entretidos na conversa como se estivéssemos lendo um ótimo livro juntos.
Viramos melhores amigos em pouco tempo, em uma semana já tínhamos piadas internas, na lista de contatos dele já tinha meu apelido, ele já era a primeira pessoa pra quem eu contava tudo, saímos quase todos os dias e não nos desgrudávamos das mensagens.
Nós começamos a namorar quase automaticamente, o beijo acabou acontecendo no cinema, foi o melhor beijo que eu já dei, depois disso viramos namorados, sem pedido nem nada, como eu disse, automático.
E hoje, depois de dois anos, você me pediu em casamento, no Starbucks, enquanto eu esperava você chegar, uma outra garçonete me trouxe um bilhete num guardanapo e quando eu abri, caiu uma aliança de ouro branco, e estava escrito com uma caneta fajuta: "Casa comigo?" ai você chegou com um sorriso muito fofo, e um buque de flores, acho que a garçonete estava chorando.
E acho que agora nem a morte nos separa.